sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ta decidido

Está decidido: Nada de trabalho massa e salário para o próximo ano; a parada é estudar para a ANPEC.


É, foi uma decisão difícil pra caralho, mas estou sentindo que foi a melhor. Não ia ter tempo para estudar o suficiente; e, se tivesse, não ia render a mesma coisa. Troco um ano de salário de estagiário por um ano de salário de mestre da EPGE. Como diz meu amigo Paulo, o negócio é postergar consumo; com 21 anos, parece que foi um excelente negócio...

Parece. Nada garante que eu passe, claro. Mas deixa eu fazer uso dos cursos de estatística da faculdade para dizer que, óbvio, as probabilidades de passar sem trabalhar são consideravelmente maiores...

Por mais que eu sempre tente sempre deixar todas as portas abertas, não adianta, chega uma hora que eu tenho que escolher uma delas para passar, e, na maioria dos casos, isso implica em fechar a outra (ou outras). Em um momento bem oportuno, ganhei de um amigo um livro que tem um capítulo que diz exatamente isso: o segredo é saber fechar portas.

Estranhamente, na véspera de decidir (sim, só consegui decidir na última madrugada), meu pai toca justo nesse tema. Usou exatamente as palavras portas e fechar... Bom, pode ser o simples efeito aleatório de um comentário, ou pode ser aquele cara brincando de marionete de novo comigo.

Ainda mais estranho, as coisas estão caminhando relativamente bem para uma bolsa na faculdade... O contato com o professor passou a ficar mais rápido, me pediu para cadastrar o CV na plataforma do órgão financiador do governo... Estranho, muito estranho. Mas excelente!

Enfim, já que eu fechei uma porta tão linda e charmosa, focando abrir aquela ainda mais linda e charmosa, é mais um ingrediente de motivação pessoal: se tem uma coisa que eu adoro é dinheiro; abrir mão de dinheiro para estudar e não estudar é sacanagem.

E quer saber?! Eu vou passar. Eu vou passar, sim. Eu sou é caveira, porra! Hahaha

Só para não perder o bonde e fugir um pouco do tema, decidir é especialmente interessante, ainda que seja pessoalmente falando.

Eu sou daqueles que fica viajando conjecturando como seria se eu tivesse feito isso ou aquilo. Acho um tanto arrogante dizer que não se arrepende de nada que fez, só do que não fez, e muito ingênuo dizer que prefere se arrepender do que fez, porque, pelo menos, sabe o que aconteceu.

Mais uma vez com meus cursinhos de economia, toda escolha implica um custo: o custo de oportunidade. Decidir fazer A em detrimento de B, implica abrir mão de todos os possíveis benefícios de B. Estar em dúvida entre fazer algo ou não, e optar por fazer para, assim, saber o que aconteceria, é automaticamente abrir mão de tudo que aconteceria caso não o fizesse, óbvio. Não adianta, não dá para fugir dos custos.

Parece que escolher faz parte da vida. E decidir não fazer as escolhas, mesmo quando elas estão quase impostas, já é, no fundo, uma escolha. Não decidir é, muitíssimas vezes, bem mais cômodo; mas não necessariamente é a melhor coisa a se fazer.

Eu, particularmente, gosto de decidir. Prefiro tomar para mim o mastro do meu barco.

E por que esse lenga-lenga todo? Porque essa história toda me fez lembrar uma outra história com o mesmo tema de fundo principal, e justamente foi a não decisão que decidiu tudo, e com ele, os custos e benefícios.

“(...) só dizer sim ou não,

mas você adora um se.”

Por falar em benefícios, faltam 3 semanas para ela, a Ele, chegar! Trocadilho péssimo! hahahaha

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

...

Hoje, especialmente, eu tinha que vir postar. Quem conhece um pouco do meu gênio vai entender perfeitamente o porquê...

Primeiro, eu quero dizer que é muito interessante encontrar as pessoas e ouvir coisas sobre o meu blog. Domingo nós fomos almoçar com meus tios que há um tempinho não nos víamos e a primeira coisa que ele me disse foi: "Parabéns pelo blog." Hã? "Parabéns pelo seu blog." "ah, brigado, tio." hahahaha. Engraçado ouvir coisas assim sobre algo que, no fundo, tem uma função muito mais pessoal que qualquer outra coisa, mas parece que tem agradado. Juro que não escrevo por promoção, nem deixaria de fazê-lo se ninguém gostasse, mas, de todo modo, é legal saber que tem agradado. Valeu, tio! (Agora que eu soube que ele lê, ele vai ler esse também!) 

Segundo, estou eu sentado, estudando minha microeconomiazinha quando escuto o celular vibrando. Deve ser meu amigo retornando minha ligação, pensei. Que nada...

"Yuri?" 
"Sim..." 
"Blá blá bla... Cavalcante" 
"Oi." Com aquele pensamento: Quem??? 
"É o Yuri da AIESEC?"
"Olha, eu fui, não sou mais..." 
"Você não é o Yuri que concorreu à presidência?"
Até que a ficha caiu... "Aaaaah, seu Júlio Cavalcante!!!"

Júlio Cavalcante é um consultor de planejamento estratégico com quem eu fiz uma reunião há uns 3 meses e que nessa reunião, papo vai, papo vem, me convidou para estagiar com ele. Disse que ia atuar agora com finanças também e que gostaria de montar uma equipe nessa área. Encurtando a história, acertou comigo um estágio a partir do ano que vem e começou a me enviar materiais para leitura. Aí veio toda aquela história de perder a eleição, querer um novo desafio, ser reaceito no laboratório de finanças da faculdade, estar estudando sério... Aí me vem a ligação. Sacanagem.

Depois de pensar muito, decidi aceitar a proposta, entretanto sob algumas condições. Antes, porém, um pequeno parêntesis: como o papai bem lembrou, eu não sou a última coca-cola do deserto, mas também tenho planos bem traçados para o próximo ano. Tenho que negociar uma carga horária que me permita continuar apto a estar apto a tentar a vaga na escola top. Sendo assim, já que era micro que eu estava estudando, vamos analisar meu trade-off direitinho; aceito estudar um pouco menos, desde que valha a pena (inclusive financeiramente).

Finalmente, ao propósito central do post. Infelizmente, a tendência é ficar monotemático... mas já que a minha crítica sou eu mesmo, tanto faz. Hoje foi o encerramento de um ciclo de palestras da faculdade. Carlos Hamiltom, diretor de política econômica do Bacen, e Fernando de Holanda Barbosa, professor da FGV foram os palestrantes.

Palestra do diretor foi legal; show mesmo foram as perguntas. Pausa para os comes e bebes e agora era o professor fodão. O cara é sinistro; uma das estrelas da fundação, PhD em Chicago, conteporâneo de ganhador de prêmio Nobel, ex-professor de 90% dos meus professores, e, inclusive, do diretor em questão. 

Imagina um cara desse sendo nordestino (as orelhas não negam). Com um bigode pilantra, óculos, um semblante sisudo, falando sobre ineficiências de mercado, reservas cambiais, taxa de juros... Porra, para fazer uma pergunta para um bixo desse o cara se treme todo... Enfim. 

                                                     Ele tá até simpático nessa foto...

Acabou a palestra, as perguntas, aí ficou aquela rodinha em volta dele e eu alí, só de butuca. Até que o caminho ficou um pouco mais livre, ele veio andando na minha direção, eu parei e disse: "Professor, só um segundo. Essa é a terceira vez que o senhor vem ao Ceará e a terceira vez que eu assisto uma palestra sua. Por motivação pessoal, a próxima palestra que eu vou assistir do senhor será no final do ano que vem, apresentando a EPGE." 

Nota: EPGE é a Escola de Pós-Graduação em Economia da FGV-RJ. As principais escolas convidam os primeiros lugares para irem ao centro (com ajuda de custo) para uma palestra dos professores apresentando seu centro e tentando convencer os alunos a escolherem sua escola para cursar o mestrado. 

Arranquei uma sorriso amistoso daquela cara, um aperto de mão e ele disse algo como "Eu espero que você não só passe mas que escolha a EPGE porque é um investimento que vale a pena, eu fiz a prova em 1968, entrei em 1969..." "Eu vou lelmbrar o senhor, porfessor, eu vou lembrar."

Agora, por que diabos eu fiz isso?! Bom, para quem conhece esse gêniozinho que me deram, foi só por motivação pessoal. Pelo simples prazer (como se fosse necessário) de chegar lá na fundação, esperar o final da palestra, chegar para o professor, bater no ombro dele e dizer: "Eu não te disse, professor?!" 

E por isso, não precisa de título. A risada amistosa já basta para os meus propósitos (por hora).   

domingo, 31 de outubro de 2010

the only exception

Hoje é o dia das bruxas e a Dilma acabou de ser eleita. Apesar de ser uma puta coincidência que me fez pensar mais seriamente em, quem sabe um dia, enveredar pelos caminhos da política atravez de assessoria econômica - para fins práticos, o partido pouco importaria, porque a fonte dos economistas é a mesma há mais de 16 anos, papai querendo acreditar ou não. Agora, convenhamos que "companheiro" não ia combinar muito comigo... - não é sobre isso que eu quero falar. Não nesse post. 

 
Há um tempo eu especulei: "(...) vai que não é tão óbvio assim?!". Muito bem, pela primeira vez não errei uma previsão simplesmente porque não fiz. Pela primeira vez deixei minhas estimações de modelos de séries temporais para o que elas (mal) conseguem prever e minha vida pessoal continua sendo definida por aquele erro aleatório. Mais parcimônia que isso, meu caro amigo econometrista, vira filosofia... 

Então, seguindo essa onda de objetividade, conto a mesma história em dois trechos de música; uma de samba e outra pop gringa: 

"(...) Virá trocando olhares dando o que falar
  Sedenta e meiga quando me encontrar
  Cruzando mares só pra me abraçar (...)" 

Dessa vez, vai passar mais tempo. Fortaleza, entre os dias 16 de Dezembro (sim, no dia do meu aniversário) e 04 de Fevereiro, terá (novamente) a ilustre presença de Miss Butterfield, Eleanor. Na primeira vez passou quase um mês, na segunda vai passar quase 2 meses, quem sabe, um dia, ela não estará mesmo pretiiiiiiiÑa, bailando saaaaamba y nadie va a ver que es gringa?! Acho que no primeiro ano já estaria bem encaminhado... 

Dessa vez, outro refrão que se repete todo tempo de outra música me trouxe aqui. Dessa vez, não é uma exceção. Dessa vez, é uma exception... Porra, é uma puta de uma exception... 

"But darling,  
 You are the only exception
 You are the only exception 
 You are the only exception
 You are the only exception" 






Vê se, dessa vez, aprende.

domingo, 24 de outubro de 2010

O novo velho desafio

Começar falando rapidinho do anterior: Esse blog é feito por e para mim com o único objetivo de entreter-me no futuro, além de descobrir que gosto de escrever, claro. Então, lembre de um velho ditado: "quem procura, acha" e não venha dar piti. À propósito, na versão sem censura (minha, lógico) não era bem babaca que estava escrito nem acabava no verbo; tinha alí um complementozinho. Assunto encerrado.


Depois da AIESEC, precisava de algum desafio para manter a vida interessante. Pois bem, ele acabou chegando de forma quase natural.

Tudo volta aos primórdios da faculdade, aquele tempo antes dessa avalanche que foi a AIESEC, e o sonho antes tãããão distante, agora está quase alí, e eu quase não tinha me deixado reparar.

Em dois posts eu fiz um leve comentário sobre ele: meu mestrado acadêmico naquelas "escolas top" PUC-RJ e FGV-RJ. Estudar na melhor escola de economia da América Latina! Sabe o vestibular? Sabe o vestibular de medicina? É pior. Uma prova que, para os meus propósitos, contemplará Macro, Micro, Matemática e Estatística, com conteúdo de toda a graduação, distribuidas em 15 perguntas cada no estilo verdadeiro ou falso onde uma errada anula uma certa. Preciso fazer um pouco mais que a metade dos pontos possíveis para estar entre os 40 primeiros de 1200 do Brasil inteiro, briiiinca com o prova...

Muito bem, como estava planejado, vou antecipar minha formatura para o próximo ano (caralho, um dia desses eu tava todo melado de tinta!) e a tão falada prova da ANPEC será em Outubro para selecionar os mestrandos que começarão em Fevereiro. Desde já, estudando igual um corno e ainda não decidi se vai valer mesmo a pena estagiar ano que vem... Nenhum vestibulando de medicina cogita a possibilidade de trabalhar, mas a grana faz uma faaaalta... E o trabalho ia ser tão massa! Calma, ainda estou decidindo essa parte. 

Muito bem, durante esses dois meses terei a ilustre companhia dos senhores Hal R. Varian, N. Gregory Mankiw, Alpha C. Chiang e Damodar Gujarati durante (muito boa) parte do meu tempo.

É isso aí, cumpadi! Paulim, meu brother, separa aí a sunga branca e o óculos escuro, vai pesquisando o preço do pitbull que em 2012 nós tamo batendo um futvôlei e dando uma corridinha no calçadão da praia da Barra antes de ir para aula estudar com os melhores economistas (PhDs) da América Latina!!!

domingo, 10 de outubro de 2010

Encerrando ciclos(?)!

É, faz muitíssimo tempo que eu não escrevo aqui. Resolvi escrever mais uma vez...

Tema? Durante todo esse tempo, tivemos alguns bons candidatos. Dois, em especial, fortíssimos: Como foi meu mês com a Eleanor aqui? E aí, quê que vai acontecer? E, claro, AIESEC. Pensei, pensei, e optei pela AIESEC: Como foi a minha volta?

Muito bem, eu disse que poucas pessoas tinham a sorte de ter uma segunda chance e que eu tinha, e que ia aproveitar firme a minha. Eu APROVEITEI!

Penúltimo final de semana da minha gringazinha aqui, viagem de boa para Jericoacoara, só os dois. Momento perfeito para relaxar, curtir o passeio e ela, certo? Bom, sim e não. É óbvio que eu curti minha inglesinha, mas relaxar, amigo, de jeito nenhum! Eu tinha 20 perguntas para responder na postulação para LCP e o deadline era justamente domingo, meia noite. Resumo: Levei meu notebook para o hotel e aproveitava cada instante dela tomando banho ou dormindo para pensar, pensar, escrever. 

Último final de semana dela aqui. 100% da minha dedicação para ela, certo? Não. Sábado e Domingo, a maior conferência da AIESEC no ano, debate entre os candidatos e, óbviamente, meu momento de networking (afinal, passei 6 meses fora. Quem é esse nanico que chega aqui de pára-quedas e quer ser meu presidente?!). Também não sou tão filho da puta assim, e só fiquei o sábado lá. Com MUITA vontade de ficar o Domingo também, era muito importante, mas aí seria muita sacanagem com a Ele. 

Então ela voltou para casa. E eu, agora, tinha 4 dias para pensar, escrever, montar apresentação e fazer o speech mais foda que eu já tinha feito. Era o meu momento. Era o momento que eu quis tanto, por tanto tempo. Era a hora de falar para valer tudo (ou quase tudo nos 20 min) que eu tanto pensei quando desconcentrava do estudo, quando cozinhava, quando andava na rua, quando tomava banho... Era a hora de realizar a imagem na minha cabeça... Definitivamente, era o meu momento. 

Tenho que adimitir que, apesar de no início  pensar que eu ia passar como um trator, nunca tinha me sentido tão desafiado na minha vida. É claro que eu sabia que convencer metade de um comitê que não te conhece a votar em ti, para presidente, não seria fácil. Mas sei lá, tinha chegado a hora. As pessoas realmente não me conheciam. Tudo era "na vera" agora. E a outra candidata, com aquela falta de sal, foi muitíssimo melhor do que eu, um dia, poderia imaginar. Estava FODA. Sinceramente, foi uma das semanas mais angustiantes da minha vida, comparavel, apenas, com as semanas de véspera da prova e do resultado do vestibular. 

Sabia que meu speech era bom, mas usei cada momento do meu tempo para melhorar. Busquei feedbacks de tudo quanto gente, mandei emails, fiz força para ter um chat on line, enfim, fiz o inferno. Graças a Deus, sei que cheguei bem perto do máximo que eu pude dar.

Sexta à noite, me mando para ensaiar meu speech, pegar MAIS feedbacks, e ter a certeza que eu teria que decorar mais de cinco folhas escritas, 21 minutos falando sem parar um segundo... Rapaz, não dormi direito. Acordei cedo, e, com uma rapidez que me surpreendeu, decorei tudo. Tremia de nervoso, eu. Desci para beber água e a minha mãe me pergunta: "que é que tu tem, menino?" "Frio." "Mentira. Tá é nervoso por essa AIESEC." Sempre que estou nervoso, ou pensando, ando pela casa. Dou círculos intermináveis na mesinha da sala. Se aparecer um buraco alí, com certeza esse dia colaborou e muito para isso. Afinei tudo. Peguei o Ipod e deixei selecionada a minha música de força, peguei meus troféus, botei a roupa que já estava separada desde o dia anterior e fui. 

Lenga lenga de chegada, um babaca com um "boa sorte" que hoje eu mandaria ele enfiar, um pouco de pilha na outra postulante (que deu certo, coitada), Assembléia, sorteio da ordem dos speechs e estava definido: Lacerda começa. Fui para um canto escondido da escada, rezei, pedi que acontece o melhor para a minha felicidade, peguei o ipod e surtei, cara. Essa música me dá muita força. Muita. Um amigo depois veio me dizer que tinha ficado emocionado com a minha concentração. Eu estava pilhado. Adrenalina no pico, pressão, porra, eu amo isso. Meu olhar estava tão forte, que eu acho que ele podia falar sozinho. Começava o meu momento. O meu momento. 

Tenho certeza que fiz o meu melhor speech. Quando eu vi o slide OBRIGADO!, respirei, escutei um barulho de palmas sinistro, vi pessoas emocionadas, e pronto, acabou, deu tudo certo. Mais 30 min de perguntas que eu estava muito bem preparado, respondi todas, não sei se tão bem quanto poderia, mas fiquei (e estou) satisfeito com o resultado. 

Desci muito confiante. Tinha pedido a Deus que, se fosse para minha felicidade, que corresse tudo bem, e correu. Era o sinal? Esperei o speech dela. Podia ouvir de onde estava e, sinceramente, como era de se esperar, achei sem sal. Usei o termômetro das palmas, fracas. Aumentei minha confiança. Agora era sair para comer, ser embreagado (a melhor coisa que pode acontecer aos postulantes enquanto esperam e depois do resultado) e esperar o resultado (e o balde de água na cabeça). 

Pois bem, fiquei louco. Quase não tinha comido o dia inteiro, super nervoso, e vodka Slova: combinação fatal. Discutiram na assembléia, votaram, contaram os votos, todos para a rua que seria eleito o novo LCP. 

Enquanto me arrumava para ir, encostado em um poste, ouvi alguém me perguntar: "Sabe quem deu um piti tendecioso na assembléia?!". "O fulano" eu. "Não". "A fulana" eu. "Foi." Minha "amiga", foda, né? Tudo bem. Vou andando e escuto "O time de finanças ta contigo". Eu e ela, ouvindo o chair do processo dar uma de Pedro Bial até que vem aquele momento escroto: E o novo LCP da AIESEC em Fortaleza é... (Na minha cabeça era Yuri Lacerda, Yuri Lacerda, Yuri Lacerda... Mas senti que era da boca pra fora. No fundo, eu escutava uma vozinha Larissa Holanda). Era Larissa Holanda. O balde de água veio, mas de uma forma literal... Um puta de um balde de água fria na minha cabeça. Lembro que só baixei a cabeça, escutei uns berros, e alguém me puxou contra o corpo. Passei uns 3 segundos como que esperando a ficha cair, até que ela caiu. Chorei como uma criança. Como quando, com 12 anos, fui tirado do basquete pelos meus pais. Um choro que vinha de dentro. Ruim. Enfim...

Acordei increvelmente cedo, estava incrivelmente tranquilo. Não pedi para ganhar, pedi para ser feliz... E que assim seja. Não me vejo sendo liderado por ela, não tenho mais espaço ali. Mandei um email de despedida do fundo do coração, e senti que havia encerrado esse ciclo. Recebi muitos emails bacanas, muitas mensagens, pessoas vindo conversar comigo e soube que a diferença foi muito, muito pequena. Não ganhei, mas até hoje (ontem, no caso) escuto: "Eu queria que você fosse o LCP". "Mais da metade do CL queria você como LCP, a eleição não foi nada." Também não é assim. Claro que falhei. Perdi, ponto. 

Então comecei a ver uma porrada de vídeos de vencedores, todos com as muitas falhas. No final do meu livro favorito (que acabei de ler semana passada) que trata da aleatoriedade na nossa vida veio: 

"O que aprendi, acima de tudo, é a seguir em frente, pois a grande idéia é a de que, como o acaso efetivamente participa do nosso destino, um dos importantes fatores que leva ao sucesso está sob o nosso controle: o número de vezes que tentamos rebater a bola, o número de vezes que nos arriscamos, o número de oportunidades que aproveitamos. Pois até mesmo uma moeda viciada que tenda ao fracasso às vezes cairá do lado do sucesso. Nas palavras de Thomas Watson, o pioneiro da IBM: "Se você quiser ser bem-sucedido, duplique sua taxa de fracassos". 

Se todos perdem, a diferença dos vencedores é como encaram a derrota. Eu sou um vencedor. Sempre fui e vou continuar sendo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

...infinito enquanto dure"

Mas é muito engraçado como esse mundo dá voltas.

Sabe o que eu ganhei? Uma caixinha vermelha, com fitas adesivas cinzas de uma remetente gringa. Sabe o que tinha nela? Uma carta em espanhol, escrita com uma letra, embora bonita, de difícil compreensão, algo para a minha imaginação (boa, segunda ela) e um ursinho de mais ou menos um palmo de tamanho, feito de um tecido vermelho com alguns desenhos que eu não identifiquei o que é, dois olhos feitos de botão de camisa e um laçozinho vermelho no pescoço. Quase esqueci, banhado em um perfume gostoso. “Raro” não é o ursinho, como ela escreveu pedindo desculpa e justificando pela falta de habilidade manual e inexperiência “artística”, raro é ele estar do lado da minha cama.


Em uma semana e um bocadinho chega uma menina branquinha, de cabelo partido de lado e uma mechinha vermelha, super tímida, com um andar absurdamente característico, e lindo. Vai dizer “hola” para mim, e “oi” com um sotaque lindo (inclusive para “oi”) para minha mãe.

Vai chegar ao Ceará sem saber dançar samba nem forró, e sim música de pub, com os braços para cima, as mãos e os olhos fechados, pisando com uma perna em um ritmo estranho. Não vai ter ciúmes. Provavelmente, nem vai entender porque ou que deveria ter. Vai achar super normal conversar com “estranhos” na festa e ficar tentando entender o porquê de eu olhar tanto.

Vai ficar puta com coisas absolutamente sem sentido para mim. É capaz de não achar nada demais os lugares que eu adoro e é capaz, muito capaz, de adorar lugares que eu nunca iria por conta própria. É, esse mundo dá muitas voltas.

Vai passar um mês aqui e depois vai embora.

...

Mas vai passar um excelente mês aqui.

“Que não seja imortal, posto que é chama,

Mas que seja

domingo, 1 de agosto de 2010

Bom dia.

Esse vai demorar. Tem que ser bem pensado, preciso e único. Vou escrever tudo, de uma vez, e nao deixar o gosto de "faltou isso"... Preciso fazer assim ou vou ficar preso em pandora, correndo para dormir e brincar com meu avatar.


Foram os melhores 6 meses da minha vida. Nao tem uma frase mais simples que essa para passar a mensagem: Foram os melhores 6 meses da minha vida.

Obrigado aos meus pais pela oportunidade e obrigado a Deus que brincou (ou brinca) de marionete comigo e sempre, sempre, no final, me faz perceber como tudo foi bem pensado, articulado e executado. O cara é craque. As pessoas, as situações, as decisões. Tudo me levou aos melhores 6 meses da minha vida.

Foi muito rica essa experiencia de morar só, em um outro país, com outra lingua, outros costumes, cercados de pessoas agradaveis, amigas que, apenas por uma casualidade da vida, nasceram alguns muitos metros longe de mim. Foi muito além da lingua, foi muito alem do que eu imaginava, mas exatamente o que eu precisava.

Serviu para entender as reclamaços (na maioria das vezes) justas da mamae; eu vivi quase todas elas. Serviu para valorizar uma série de "besteiras" que "tomavam" meu tempo tao atribulado... Meu Deus, eu tinha só 20 anos e tudo corria para um cara amargo, irritadisso, mau humorado... Com uns pensamentos sobre familia, amigos, qualidade de vida que eram absurdos.

Me sinto mais calmo, mais sensato. Supri minha frustação de não ter vivido uma experiencia verdadeiramente universitaria. Fiquei mais aberto, menos desconfiado, mais jovem. Me permiti confiar em pessoas que eu mal conhecia, me permiti relaxar.

Visitei as fotografias do livro de historia, pisei em lugares santos e não tão santos assim. Senti cheiros fortes, vi cores vivas. Brinquei de jornalista, diplomata, administrador e brinquei de estudante também. Falei (ou tentei) com biquinho em francês, forte em alemão, cantando em italiano. Nada muito puritano, claro.

Bebi cerveja, vinho, vodka, uísque, gym, ginebra, rum, tequila e absinto. Sozinho, só com uma pessoa e com muita gente. Em casa, na rua, em bares e em boates. Fiz festa na faculdade, na rua, em apartamentos. Fui expulso pela polícia.

Estudei muito, pouco e nada. Me preocupei e mandei tudo para a puta que pariu. Fiz piquinique no parque, comida para a gringarada e para minha gringazinha.

Dei e recebi olhares com brilho, daqueles que falam por si só. Fiquei feliz em saber dos planos de casamento de amigos, até pouco tempo, desconhecidos, fiquei triste em saber do fim de outros dois. Fui bem recebido na cidade de alguem muito querido e me preocupo e espero, com muito ansiedade, recebê-los todos na minha.

Joguei para o alto o fim "óbvio". Vai que não é tão óbvio assim?! E mesmo que for, se for, vou repetir uma frase dita: Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu. E isso vale tanto por ter ido, quanto pelo que eu trouxe de lá. Recebê-la aqui vai fazer da fantasia, que é o que parece agora, aqui em casa, realmente real.

Se eu me arrependo de algo? Deveria ter estudado menos, só isso.

Do mais, valeu cada besteirinha e vai ficar guardado como uma experiência que eu QUASE deixo passar. Obrigado, peixe, você é o cara.

Voltei para casa, para minha vida e ela parece mais interessante que antes. Voltei para minha segunda casa, e ela continua tão fascinante e apaixonante como um dia eu deixei. Quanto ao planejamento do começo do ano, está claríssimo para mim: poucas pessoas tem a sorte de ter uma segunda chance, ou do caminho, após um pequeno grande desvio, se encontrar com o original mais na frente, eu tenho e vou agarrar bem firme essa, LCP 2011, é chegada minha hora.

E como eu já tinha dito antes, se for para errar, que sejam erros novos. A diferença é que, desta vez, eu não falo de erros profissionais.

Acabaram os 15552000 segundos, que recomecem os muitos próximos da minha (nova) vida.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vai acordar a puta que o pariu!

Deixa eu dormir mais um pouquinho...




Vai acordar a puta que o pariu!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Por falar em fora do planejamento...

Estou postando, logo não fui à Paris e, ao contrário do que se poderia esperar, não me arrependo nem um pouco.


Segunda foi a grande festa de despedida do meu grupo de amigos gringos. Muitos já voltam esses dias ou começam suas viagens. Foi muito bom! Aliás, tem sido muito bom...



Festa agora todo santo dia, bêbado todo santo dia...

Amanhã começam os jogos: França x Uruguai. (Vou seecaaaar). Depois EUA x Ing (e parece que vou de english team...)

Pois é. Vou logo dizer: Estou namorando. Sim, a inglesinha...

Já ouvi o galetão encher o saco e perguntarem como foi isso. Bom, não sei, só sei que foi assim.

“Quieres ser mi novia?”

“Tu novia?”

“Si, mi novia.”

E um sim com a cabeça e um beijinho. Simples assim...

Não, não estou louco, não estava bêbado e até agora não me arrependi (e sinto que nem vou). E aí, como vai ser? Essa é a melhor (e mais impressionante) parte: Não tenho a menor idéia! Mas e daí? Deixa rolar... Vou começar a pôr em prática meu aprendizado de não-planejamento/racionalidade nessas coisas e deixar rolar...

À propósito, Fortaleza durante 23 de Agosto e 20 de Setembro terá a ilustre presença da Miss Butterfield, Eleanor. Passagens compradas.

Já estava indo postar, mas ta aí uma boa hora para escrever sobre isso...

Bom, começar por onde? Da primeira, né?! Não, melhor não. Vou falar sem uma ordem fixa para evitar um possível enchimento de saco depois.

Porra, não sei... A verdade é que esse trecho de um texto do Fernando Pessoa resume bem porque eu não sei:

“Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.” - Fernando Pessoa –

Como diriam os espanholes: Me dá absolutamente igual. Mas deixa eu fazer mais uma forcinha que claro que tenho alguma coisa à dizer, pelo menos sobre mim.

Talvez eu não fui tão “vítima” assim e tenha sido um pouco dramático com uma (mas é justificável). Talvez eu não fui tão sincero quanto disse e tenha supervalorizado demais o restante com outra (e hoje, pelo o que eu to vendo, não é talvez...). Com outra eu REALMENTE fui sincero, embora nem ela, nem ninguém (e nem eu, se fosse ela) acredite. Eu sinto muitíssimo pela forma que tudo aconteceu. Essa é uma das maiores “vergonhas” da minha vida e já disse isso pessoalmente em uma das melhores conversas que eu já tive. Mas se serve de consolo, o castigo veio a galope. Essas são 3 que merecem uma citação individual, porque querendo ou não, tiveram um pouco mais de importância (pelo menos durante algum tempo).

Há algumas outras que podem vir em bloco: Não foi nada de especial ainda que algumas tenham sido muito bonitas (talvez até mais que as outras 3), legais, divertidas, mas... sei lá. Vai entender... Uma delas tem o beijo muito bom. O melhor de todos. Algo mais? ... Não, nada mais.

Claro, há o extremo oposto que eu não preciso citar. Li os posts um dia desses, e ela já tem muita coisa aqui. Mas para não passar uma impressão de desdém, sei lá, eu guardo, sim, com muitíssimo carinho tudo que (não) aconteceu.

No mais, o meu problema sempre foi a econometria; na faculdade e na vida.

Alguma coisa = intercepto independente + variável 1 + variável 2 + ... + ERRO.

Rapidamente, através de uma série histórica de dados, utilizamos técnicas estatísticas para estimarmos todos os componentes da equação e para determinados valores que atribuímos a essas variáveis, prevemos essa “alguma coisa”. Como é uma questão de probabilidade, não descartamos (não somos tão arrogantes assim) a possibilidade de um erro aleatório (determinado exclusivamente pelo acaso).

Bom, o problema que eu finalmente entendi (e aceitei) é que no amor não é a variável beleza, inteligência, sociabilidade, conveniência, etc, que tem o maior peso: esse filhadaputa desse erro aleatório, é que caga o pau e SEMPRE me faz errar a previsão. Não adianta o tamanho da amostra, o período, as observações, ninguém, nunca, vai estimar esse erro de forma correta.

Outra coisa que percebi lendo os posts é que tem algumas coisas que eu digo que vou comentar depois. Mas passou. E eu infelizmente, nem me lembro mais o que queria dizer... Talvez não seja tão importante quanto eu, um dia, me convenci ou talvez “Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.”

Pronto. Vamos nos dedicar agora ao que por enquanto se encaixa muito bem na minha vida.

À propósito, é muuuuuuuito linda! hahahaha! E como se não bastasse o tanto de coisas inusitadas, é branquinha, de olhos claros, usa o cabelo partido de lado e nãoé brasileira...



segunda-feira, 31 de maio de 2010

E agora, José?

Fala, galera!

Puta que pariu. Eu não lembro de ter estudado tanto em uma semana...

Determinar padrões de comércio, benefícios, custos, tipo de cambio, política monetária, fiscal, cobertura natural, artificial, perfil de risco, contrato, futuros, opções... Duas provas e um trabalho para hoje. Amanhã é mais uma prova (essa ta mais tranquila, por isso to aqui) e quinta uma outra que preciso terminar...

Mas pelo menos fui bem. Agora, só eu sei a que preço...

Todos os Erasmus estão no clima do meu último post: Porra, tá acabando. Tá acabando e vamos aproveitar todo dia. Isso para eles é mais fácil, não estudam mesmo... Agora para mim, foi foda. Todo dia é mensagem no facebook chamando para sair, para beber, para fazer botellón, para isso, para aquilo... E o “geek” não podia nenhum.

Parei para pensar: Já não tenho mais a festa de quarta. Essa não posso (ooohhh, novidade!) a outra já estou em Paris para não voltar para festa. Só tenho mais um botellón. Mais uma sexta. Mais um final de semana. Jogo do Brasil? Já estou viajando. Jogo da Itália, França, Inglaterra, México, EUA, Alemanha? Já estou viajando. Festa junina bombante com todos os brasileiros? Já estou viajando.

Quem lê isso pode pensar “Vai te fuder! Tu vai estar viajando pela Europa...”. Eu com certeza diria isso se fosse apenas leitor. Mas sei lá...

Tô com uma sensação mais forte de que falta mais um pouquinho, tem mais uma saidinha que eu posso fazer, mais uma volta só, embreagado apoiando pela parede, um “Puta que pariu! Já são xx da tarde!!!” Eu sinceramente, gostaria de estar com a sensação de satisfeito. Mas não. Falta alguma coisinha ainda...

Paris, Oslo, não há dúvidas que são de “puta madre” mas sempre vão estar ali... Isso aqui não. A cada seis meses acaba. E não volta.

Destinos muito caros para se estar, passagens muito baratas compradas, 10% de reserva paga... E eu estou quase certo que não vou mais. Perco as passagens e fico uma semaninha a mais... Uma semaninha... Mais uma coisinha. Saio direto de Santiago à Bruxelas e faço meu mochilão um pouquinho mais satisfeito.

Em Amsterdan eu faço o terceiro item da lista e dou uma passada por essa rua vermelha! Hehehe

Um conselho a quem de vez em quando lê o blog e tem (ou tinha) uma vontadezinha de “chutar o balde” no planejamento e fazer um intercambio “fora do planejado”: FAÇA! E digo mais... O game é aprender galego e não inglês. No resto, vou me conter para não me complicar a vida depois, quando eu voltar ao meu planejamento.

Ir à Paris ou não?! Oh, dúvida cruel...

hehehehe

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Há males que vem para o bem

Fala, galerinha...


Depois de um post meio atípico, volto ao objetivo do blog: falar do que eu sinto e, quem sabe,sentir de novo, tempos depois, o que eu sinto agora.

Deveria começar respondendo ao comentário do papai. Mas não. Tenho medo que corte o meu clima e eu deixe passar alguma coisa.

Começar por um overview das últimas semanas.

Voltei à Portugal, mais exatamente à Coimbra! Fui à maior festa universitária dos nossos irmãos: Queima das fitas!*

*Os universitários utilizam no traje uma fitinha que indica o curso deles. Nessa festa, no último ato, eles queimam essa fitinha em um ato simbólico.

Rapaz, uma FESTA de formatura! Primeiro dia, show do Shaggy (que a gente burro, tapado, perdeu por chegar atrasado. Detalhe é que já estávamos em Coimbra!!! Burrice mesmo...), musica eletrônica... Sinceramente, peço desculpas aos lusitanos pela imagem que eu tinha das suas chicas. Todos esqueçam a imagem bigodudinha das portuguesas! ESQUEÇAM! São absolutamente GATAS! Juuuro! A maior concentração de mulher bonita por metro quadrado. Para todos os lugares que tu olhasse, uma gata. Sem sacanagem!

Segundo dia, mesma beleza. Agora, show da Daniele Mércuri (sei lá como se escreve). Nunca gostei tanto dela... Mas também, saudade das musicas, da língua, MORTO de embreagado! Antes de ir, como em Fortaleza, aquele esquenta no carro, com o som ligado, tocando muido, bebida no capô, pose de playboy... É isso mesmo!

Último dia. Domingo. Todas as turmas projetam um carro que lembra os carros alegóricos do carnaval do rio, salvo as devidas proporções. Carros decorados, com frases, em que iam todos os formandos, todos chapaaaaados, DISTRIBUINDO bebida de graça! Cerveja, vodka, tudo... Todos os carros. Como alguém falou: “eles são malandros. Fazem a cidade gostar deles e depois podem fazer o que quiserem nas ruas!”. Fato. Era a galera fazendo mo PUTARIA em cima dos carros, e na calçada, sentados com banquinhos, um monte de velhinho, senhora, coroa, ex-professores... Rindo, achando tudo lindo! Ai, ai...

Gostei ainda mais de Coimbra. Apesar do meu albergue ter sido um Peugeot 307 preto.

Mas burro, não peguei de noooovo o broche! Deixa para lá...

Quarta passada aproveitei o feriadão galego e me mandei para Alicante. O plano era Alicante e Ibiza, mas era absurdamente caro ir de barco para Ibiza. Fica para a próxima (que tem que existir!!!)

Suuuuper de boa, só na praia, relaxando, tirando o atraso no sol, conhecendo uma ilhazinha perto, só Love no albergue... Bem relax.

Comentários: Bonita. Uma orla cheia de iates, uma avenida bem enfeitada, com palmeiras... No domingo era fechada e a avenida (e a praia) bombou!!! Cheio de gringo, galera fazendo topless na maior... Até que eu pensei que ia me chocar mais. Mas depois de Marrocos, meu amigo, nada mais me choca!

Agora, a essa sensação.

Porra, tá acabando. Tá acabando. Tá acabando...

Uma sensação que eu não conheci o bastante da Espanha. Que eu não saí o bastante. Que eu poderia ter feito mais... Como? Não sei. Só a sensação.

Tenho o finalzinho dessa semana (com um trabalho sobre os efeitos das exportações de capital sobre os salários para apresentar amanhã). Tenho a próxima semana (toda voltada para estudar e utilizar as tutorias dos professores para os exames da outra semana). Uma semana de provas e “acabou” Santiago para mim.

Dia 8 me mando para Paris e começo meu mega mochilão pela Europa. Planejado: Paris, Oslo, Bruxelas, Amsterdan, Londres, Dublin, Edimburgo, Veneza, Roma, Barcelona, Berlin, Viena, Praga e Budapest. Mais uma noite em Santiago e tchau sonho bom.

Tchau morar só, andar a pé, voltar sozinho de madrugada. Tchau espanhol, inglês, mímica. Tchau aula, faltas, acordar às 9. Tchau dormir tarde e acordar tarde, estudar porque quer, quando quer. Tchau passar o dia agarrado na cama, catedral, zona velha... Tchau.

Foi um dos melhores períodos da minha vida.

Tem um ditado que diz que há males que vem para o bem. Tem a minha estranha mania de pensar que tudo tem um porque premeditado. E eles se juntam assim:

Antes do DD

“Cara, faz tempo que eu não namoro. Ela é exatamente como eu sempre gostei e ainda é da AIESEC. Ou seja, se eu quero namorar, ela é a melhor opção.”

Depois da festa embriagado

“Quer namorar comigo?”

Não que tenha sido exatamente um mal. Não quero ser grosso, nem tampouco fazer média. É apenas uma expressão para o que, como um furacão, me tirou do meu planejamento, do meu foco e objetivo, e me trouxe para cá. Longe do prêmio de auditoria, longe da presidência da AIESEC, mas extremamente feliz.

Parece que a única função foi essa. Durou o tempo absolutamente necessário para decidir, enquanto voltava para casa dirigindo na BR, investir na possibilidade de fazer o intercambio. O resto todo mundo conhece. Sinceramente, eu hoje não sei quanto da decisão foi dos vários motivos descritos em um email gigante para a AIESEC, quanto foi pela única e exclusiva razão dela fazer esse intercambio (e nem era para Santiago!). Não tenho certeza se os motivos foram reais ou desculpa, do antes absolutamente focado e gelado Yuri. Eu nunca ia admitir que era por ela, e, por isso, não sei se realmente não foi.

Mas, sinceramente, não tem a mínima importância agora.

E olhe que eu tive a oportunidade de terminar bem antes, e em 99,999999% de certeza, eu terminaria. Decidi terminar. Levantei para dar um abraço. Não terminei... Por que? Não sei. Mas se tivesse, com certeza teria enviado minha postulação e hoje estaria ou como LCP ou como VP, e não aqui.

(Será que agora eles estão em reunião? Uma reunião que muito provavelmente eu estaria... E agora passa uma cena de filme na minha cabeça. Na mesma tela, duas situações em paralelo. Eu aqui, sentado escrevendo, e eu em Fortaleza, na casa do Lima, discutindo na reunião...)

Há males que vem para o bem e parece que a única função foi essa.

E hoje, o choro copioso depois de um depoimento sobre liderança no segundo DD, mudou de lado. Algo absolutamente fora do meu planejamento, se mostra importantíssimo para me devolver um pouco de paz de espírito, de calma. De férias de tudo.

Algo que atrasaria minha carreira, já não faz tanto sentido. E o “velho” de 20 anos tá mais novo com 21.

E ai? Desisti de ser LCP?! De maneira nenhuma... Quero tanto (ou até mais) que antes. Vivi o objetivo tão nobre da AIESEC que, as vezes, se perde na busca pelas metas: O poder de entendimento entre os povos que um intercambio tem. Além do número, é a vida de uma pessoa em jogo, vida que muda para sempre. E quem sabe o que ela abriu mão para fazê-lo? Eu que o diga.

Penso no meu speech quase todo dia. Mas quero surfar, aprender a tocar violão, estudar até a bunda ficar quadrada e passar o dia agarrado na cama. Antes de um executivo de sucesso (e isso me motiva pela felicidade e satisfação que me traria, não só pelo dinheiro), um pai feliz. Em paz. E quem sabe a loucura de ser LCP talvez me incline à carreira acadêmica, se não me fizer feliz.

Por falar em fora do planejado, o que você acha da filhadaputa da sensação de que eu vou sentir saudade da gringazinha?! Justo quando o intercambio ta acabando...

Passei quase 24 horas na cama. Levantei para almoçar, para terminar o trabalho, mais nada. E o pior, não foi por uma menina, foi por ela. E isso faz diferença.

Para lembrar depois: http://www.youtube.com/watch?v=p62rfWxs6a8

E o meu amor platônico?!

Para mim, ele é platônico. E vai continuar do mesmo jeito como antes, até que deixe de ser real para um ZÉ MANÉ daí. Ou não... Tô começando a deixar de planejar essas coisas. Aceito que sou péssimo para isso.

Do mais, tô bem.

E agora, assistindo pela internet às 3 da manhã, vamo mengoooooo!!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cada macaco no seu galho

Fala, galera.

Esse post será dedicado a algo que, apesar de uma certa ligação mínima, foge um pouco do foco principal do blog.


Fora do Brasil, sem muita notícia do que se passa pela minha terra, tenho acompanhado via emails a campanha política bombando aí. Papai começou a me enviar links, manchetes, comentários, enfim, notícias de como as coisas andam, de forma que eu tenho uma noção.

Antes de começar, preciso deixar uma coisa clara: Papai é petista, eu um dia fui.

Então todo dia recebo notícias de que Lula fez isso, Dilma fez aquilo, Folha isso, Globo aquilo, Luis Nassif, Paulo Henrique Amorin... E eu vou me inteirando do que se passa.

Tem um ditado que diz: “Política não se discute.” Apesar de não concordar muito com ele, não rola discussão via email, então eu ia lendo os emails do meu pai sem emitir opinião, para me inteirar, somente. Até que recebi um em especial.

Antes dele, um desabafo...

Eu sempre detestei jornalista metido à economista. Nada contra jornalistas, (o meu amigo de “infância”, se Deus quiser, será um excelente jornalista!) mas há uma série de aspectos em Economia que uma carreira ligada à área de humanas, como o Jornalismo, não engloba.

Muitos vão dizer: “Ah, mas Economia é uma Ciência Social”. Concordo. Porém, faço uma pequena observação: é uma Ciência Social aplicada”. Não vou nem entrar no mérito de se Economia é uma Ciência isenta de valores por usar métodos estatísticos e matemáticos, mas há muito que Economia vem sendo tratada mais matematicamente, e isso passa longe das grades de Jornalismo, Ciências Políticas, Sociologia, História, Filosofia, enfim...

Mas isso (e agora como estudante de economia vaidoso) é o preço que se paga pela importância da Ciência que eu estudo e os seus reflexos em quase (quase, só?) todos os aspectos da sociedade. Ninguém, sem a mesma carga de estudos de um PhD em Física, contesta o que ele diz sobre Física, mas de PhD em Economia e técnico de futebol, todo mundo tem um pouco, e se sente apto a palpitar na convocação para Copa e na elaboração de um plano de combate à inflação...

Agora vamos ao texto da discórdia. Eis aqui parte dele:

"A instrumentalização errada do Plano Real


No artigo deste domingo, FHC parte de uma avaliação correta: “época de campanha eleitoral é propícia à demagogia”. Contudo, o estilo vaidoso do ex-sociólogo lhe prega aqui uma peça: procurando apontar uma suposta demagogia nos discursos do presidente Lula e do PT, FHC fala de si mesmo ao longo de todo o artigo, exercitando a tal “demagogia” que ele procura incansavelmente no atual governo. Afinal de contas, o que o ex-presidente quer fazer acreditar é que os êxitos alcançados no governo Lula foram herança do período em que ele – FHC – estava à frente da Presidência.

Para isso, o ex-sociólogo lança mão de uma análise superficial sobre o Plano Real: “os mais destacados economistas do PT daquela época, Maria da Conceição Tavares, Paul Singer e Aloizio Mercadante, martelaram a tecla de que se tratava de jogada eleitoreira. Não quiseram ver que se tratava de um esforço sério de reconstrução nacional, que aproveitou uma oportunidade de ouro para inovar práticas de gestão pública e dar outro rumo ao País”. Aqui FHC não esclarece que os economistas do PT dirigiam suas críticas não ao Plano Real em sua essência,mas sim à instrumentalização do plano.

Faz-se necessário esclarecer ao leitor algumas coisas. Primeiramente, o Plano Real não foi uma invenção de FHC: o Real e o Cruzado tiveram uma mesma base teórica, que foi a Proposta Larida,de 1982, feita a partir da tese de pós-doutorado de Pérsio Arida no MIT (Massachussets Institute of Technology), nos Estados Unidos. Contudo, o Cruzado pecou em dois aspectos: o primeiro deles em não criar uma unidade monetária de transição (como feito posteriormente no governo Itamar, com FHC no Ministério da Fazenda); e o segundo, criar um mecanismo de gatilho salarial, que serviu para retroalimentar a inflação no país.

Devemos esclarecer também que o Real foi instrumentalizado utilizando-se a política cambial para conter a inflação: instituiu-se a paridade, fixando-se o câmbio como forma de assegurar o controle de preços. E aqui neste ponto estavam as críticas dos economistas, já que os efeitos dessa medida artificial poderiam ser desastrosos para a economia (como quase foram, de fato). A política de câmbio fixo segurou a inflação? De fato, enquanto o governo conseguiu controlar a paridade cambial, a inflação se manteve sob controle. Mas houve um momento em que o governo não conseguiu mais conter o câmbio.

E o que aconteceu então? Houve a maxidesvalorização do real frente ao dólar, em janeiro de 1999, como previsto por muitos economistas cinco anos antes. Nesse momento, FHC se viu obrigado a adotar o câmbio flutuante e passar a adotar o instrumento correto – e que deveria ter sido usado desde o início do real – a Política Monetária. Como a inflação aqui já estava extremamente elevada, a equipe econômica se viu obrigada a iniciar um ciclo de aperto monetário – foi o período em que o Brasil teve inflação alta, juros altos, arrocho salarial e desemprego.

E o que FHC não diz no seu artigo é que esse ciclo só foi revertido em 2003, no governo Lula. Graças à equipe econômica de Lula – que tinha, na época, como protagonistas o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci e o presidente do Banco Central Henrique Meirelles – o Brasil conseguiu reduzir a inflação, trazendo-a de volta à casa de um dígito. Não foi, portanto, a política econômica de FHC – baseada na artificialidade cambial – que reduziu definitivamente a inflação no Brasil, mas sim a política econômica de Lula, baseada na política monetária.
por Leandro Paterniani, no Boteko Vermelho, "
Repito: Isso é parte do texto. Bem que eu gostaria de comentar sobre Estado mínimo, eficiência, privatização, etc... Mas eu ia ser muito extenso eesse trecho despertou mais minha raiva hehehe. O que eu tenho a dizer sobre ele:

Primeiro, claro que o Plano Real não foi obra do FHC. Ele inclusive assume isso em um documentário sobre a hiperinflação brasileira : http://www.youtube.com/watch?v=A95_Dhsbp4g&feature=related

Cada macaco no seu galho, e o dele é sociologia e política.

FHC, assim como a maioria dos presidentes americanos (que na maioria dos casos, escuta o que os economistas têm a dizer sobre a economia), ingleses, alemães, etc, foi a parte política do plano. Só. Atrás dele havia uma equipe econômica.

Segundo, em vez de diminuir o feito dessa equipe que tratou de controlar um “bicho” que 20 anos depois vira exemplo de livro, dou meus parabéns a ela e a quem a geriu, pois aprendeu com o erro e estabilizou a economia, apesar dos grandes efeitos colaterais. Até aí, nada demais...

Mas o quarto e o quinto parágrafo, não deu para segurar!

Deixando de lado um pouco as teorias monetárias e cabiais, como todo jornalista sabe, houve, em 97, uma crise na Ásia e, em 98, uma crise na Rússia (muito com relação aos efeitos que a “pirotecnia” econômica de esquerda defendida até hoje pelos economistas/sociólogos do PT passavam o tempo todo martelando...) que abalou o mundo e, principalmente, os países emergentes, no caso, Brasil.

Eu sei que cambio fixo está passível de especulação. Eu sei e, com certeza, PhDs de Harvard e Princenton também sabiam e por isso o câmbio fixo era transitório. Agora, com a Rússia quebrando, quem seria o próximo alvo de ataques especulativos? O Brasil!

Então a equipe usou o que os meus manuais de economia (escritos provavelmente pelos seus professores por ali) contam: Contra uma especulação estrutural, não há que defender o cambio por muito tempo, o melhor é flexibilizá-lo, deixando que a taxa suba e não seque as reservas do Banco Central (No nosso caso, em grande parte fruto das privatizações e dívida pública). Assim foi feito, e assim o Brasil não quebrou como a Inglaterra em 1993 no famosíssimo caso de George Soros X Londres...

Depois, a política de estabilização não só utilizava o câmbio, como também os juros e a redução dos gastos públicos. É daqui que vem as “surras” em investimento, gastos sociais, etc, que o governo FHC leva do governo Lula.

Resumindo, uma hiperinflação para controlar e 2 crises mundiais. É como diria meu amigo argentino, querer comparar, nesse sentido, Pelé com Maradona, não dá.

Agora a maior graça de todas é um texto feito por um socialista para defender o governo Lula dizer que a Política Monetária é a que era a correta...

Fala sério. Primeiro de tudo é que política monetária para efeito de estabilização econômica é tese de Milton Friedmann. Milton Friedmann é um dos maiores nomes da economia mundial e principal representante da Escola de Chicago que, tradicionalmente, é... tcharamramram... a mais NEOLIBERAL das universidades americanas!!! Ou seja, nunca que os economistas do PT iam defender isso... Até hoje!!! Ou alguém já ouviu algum deles falar sobre isso??? Professora Conceição da Unicamp e UFRJ, Aloísio Mercadante, Guido Mantega, todos representantes da escola heterodoxa que foge como o diabo da cruz de Milton Friedmann (e de Mario Henrique Simonssen, também citado pelo texto...).

Segundo que, na linha seguinte, o autor diz que foi usada política monetária... e pior, agora criticando os efeitos (em parte dito acima) que são amplamente conhecidos na academia e amplamente defendidos como um remédio amargo que se deve tomar, como fez a Alemanha, por exemplo, respeitado os contextos de cada um.

Repito: Nada disso foi criado por FHC.

Finaliza, finalmente da forma correta, exaltando a equipe econômica do presidente Lula. E eu digo: Parabéns presidente Lula, o senhor soube escolher as pessoas certas e pôs nas cadeiras mais importantes, personagens que compartilham das idéias modernas e sensatas da Economia, e não os economistas do PT.

E aqui cabe como uma luva o ditado: “Quando a Economia vai bem, tudo vai bem...”

Em tradução livre, Brasil decola.

Em tempo 1: Alguém aqui sabia que Henrique Meirelles foi presidente mundial do “mega banco representante do imperialismo norte-americano” Citibank?! Assim como “a raposa tomando conta do galinheiro”, como era chamado Armínio Fraga por ter trabalhado para George Soros...

Em tempo 2: Alguém aqui sabe o que a escola que, de origem (será que só de origem?), pertenceu Guido Mantega fala sobre as idéias que ele está pondo em prática?

Não vou dizer que é uma piada, nem vou insinuar má fé (como é moda de esquerda); desconhecimento de causa, apenas.

O Brasil, em um bom ano das principais escolas de Economia do país (FGV-Rj e PUC-Rj), manda 5 alunos para as escolas top americanas (Harvard, MIT, Princenton, Chicago...). Não suficiente a dificuldade de estudar lá (que ninguém contesta quando se fala de Medicina, Direto, Física, Biologia...) os caras se destacam, e até hoje são citados. Inclusive aqui na Espanha. São gênios! Aí me vem esses jornalistas Zé Ruela falar besteira.

Emite nota criticando FMI, e não tem a menor noção de qual a função dele (mas como eu sou burro! É óbio: Favorecer os interesses imperialistas norte americanos! Olha só onde é a sede!!!).

Em tempo 3: Enquanto falam besteira, Armínio Fraga é dono de um fundo de investimento que tem fila de estrangeiros para ser cliente e é o gestor (ou era até ano passado) do fundo soberano da China (maior detentor de dívida pública americana no mundo).

Eu: “O atual presidente do BC talvez saia como candidato a Governador...”

Professor: “Não sabia que o Armínio era envolvido com política”

Eu: “Não, não é. O presidente é Henrique Meirelles.”

Professor: (cara de “COMO assim não é ele???”)

...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Acabando...

É... Tá acabando.

Como assim, Yuri?! Ainda faltam 3 meses.

Bom, sim e não. Sim que faltam 3 meses, mas para as aulas terminarem, falta 1 mês. Um mísero mês...

E daí? E daí que muitos Erasmus voltam para suas casas por N motivos e talvez o melhor do intercambio se vá com eles e com as aulas.

Não, não é que eu esteja amando as aulas, até que gosto, mas o que me dá uma sensação boa mesmo é ver a cidade bombando de estudante andando para as aulas, e principalmente, ter aula e não ir... Ter coisa para estudar e ficar na net. Por que diabos eu quis fazer fichamento de 3 livros? Pra quê? Não é tão mais simples apenas estudar o necessário?! Porra, eu tenho muitíssimos mais semestres ainda...

Quer saber, eu tenho crédito! Quer saber, eu vou tomar sol no parque.

Não tem livro nenhum que me diga como é ir beber na casa de uma galera. Ficar conversando besteira, rindo de temas que todo mundo imagina que seja divertido como "ahora dime, chicos, que no soy bueno con fútbol, quien es mejor, Pelé o Maradona?" a tirada sacana do italiano, porque, claro, estávamos brasileiros e argentinos alí. Brasileiros, argentino, italianos, alemão. Bebendo, falando de futebol... Bebendo, sacaneando os outros como o Messi ser produto espanhol, para loucura do argentino, pedir café para o italiano, ouvir sons e gestos de índios dos europeus seguido de un "es que en el tercer mundo..." tudo na boa, na brincadeira, sem a conotação pejorativa. Só 7,8 pessoas bebendo. Bebendo e se divertindo, não com compatriotas, mas com cidadãos do mundo...

Sabia que alemães também se divertem? E dão abraços e beijos e fazem piadas?

Sabia que um time de racha montado por brasileiros e franceses pena um bocadinho para ganhar (quando ganhamos) de um formado por árabes?

Sabia que um checo é capaz de ir a uma festa à fantasia vestido de diarista? E que um italiano nem sempre fala alto e é mulherengo?

Sabia que uma alemã pode dançar funk, colado, até o chão?

Sabia que na Dinamarca, em geral, as mulheres que tomam a iniciativa? E que uma finlandesa pode nem se importar se uma menina pega na bunda do namorado e que, inclusive, isso se estende a uma brasileira?

Sabia que é possivel dançar samba com uma checa quando do lado tem uma brasileira?

A gente sempre tende a criar uma imagem e achar que ela se estende a todos. Por que diabos você sabe que existem mil pessoas simpáticas, falantes, que gostem de futebol, de cerveja, de praia no Brasil ao mesmo tempo que também tem umas mil e uma que são insuportáveis, antipáticas, e nem sequer sabem que ontem o mengão ganhou de 1 a zero, mas insiste em querer classificar estrangeiros com padrões definidos, fixos?

Podem existir mil entrevistas de árabes, muçulmanos, que vivem em Israel. Mas não é a mesma coisa que a feita por você, bebendo (ainda que a religião dele, e a minha, não permitisse e ele acatasse), olhando a cara dele, percebendo as reações e os tons. Ainda que não concorde com uma só palavra, não dá vontade de intervir, você fica tão facinado, que só quer ouvir, ouvir.

Você nunca vai realmente entender como é bom fazer uma reuniãozinha em um apartamento com 20 pessoas de uma porrada de países, e comer uma comida grega, alemã, checa, marroquina, inglesa... Até que faça.

Você nem imagina o que é uma festa de aniversário comemorada com o som do computador, em uma sala LOTADA, com gente dançando em cima da mesa, transando no banheiro, nos quartos...

Ou ter que acabar uma festinha dessa com a polícia na porta, mandando ir embora.

Nunca senti tanto prazer em fazer caipirinha.

Nunca senti tanto prazer em falar do meu país, das coisas do meu país, das coisas do meu povo.

Enviar uma porrada de músicas, vídeos e fotos para a gringarada. Sabe qual é a música que a Eleanor mais gosta?! TIMIDEZ - CAVALO DE PAU!!!! Siiiim, forró!

Sei lá, é se sentir mais cidadão do mundo e, ao mesmo tempo, ainda mais BRASILEIRO. É morrer de saudade das coisas do teu país e, ao mesmo tempo, não querer voltar tão cedo.

Não deveria acabar, mas como tudo que um dia começa, um dia termina.

Mas de verdade, não deveria.

E isso me fez lembrar de uma música:

"Meus dois pais me tratam muito bem,
como é que você se sente, desabafa aqui com a gente (...)
e o meu carro foi meu pai quem me deu.
Um filho homem tem que ter um carro seu.
Fazem questão que eu só ande produzido,
se orgulham de ver o filhinho tão bonito.
Me dão dinheiro para eu gastar com a mulherada,
eu realmente não preciso mais de nada.
(...) Não vai dá, assim não vai dá.
Como é que eu vou crescer sem ter com quem me revoltar?"


 E outra (e dessa vez, sem a relação ruim que costumava ter):

"Quanto tempo será que demora, um mês para passar?"

domingo, 18 de abril de 2010

Abra sua cabeça, faça sua mala!

Olá, meus queridos! Depois de muito tempo, venho fazer mais uma atualização...

Estive viajando por 15 dias, e como é de se imaginar, quando voltei, tinha uma pilha de roupa para lavar, uma putaria no quarto para ajeitar e uma porrada de coisa para estudar... Então, era de se esperar a demora!

Mas vamos lá! 

Essa viagem foi muito foda! 15 dias que pareceram uma eternidade, dado a itensidade que foi! Era o dia inteiro andando pelas ruas, uma noite ou outra de festa à noite, vôo, passagem... Meu amigo, nessa viagem, eu utilizei quase todos os meios de trasnporte desenvolvidos pela humanidade: Avião, ônibus, trem, metrô, taxi, navio, camelo e, claro, o famoso pé-dois. Dormimos em aeroporto, estação de trem e de ônibus, na Espanha e no Marracos! hehehe

Saida de Santiago à Madrid!



Chegamos em Madrid, direto para a estação de metrô, que, por sinal, é dentro do aeroporto, de tão grande que é, e fomo bater no centro de Madrid! É realmente impressionante. Alí eu me senti de verdade no primeiro mundo. As ruas, os prédios, as pessoas...

Muitas praças e um museo! ÉÉÉ cumpadi, Yuri não é só funk e pagode, não! heheheh! Museo Reina Sofia, onde estavam expostas muitas obras de Salvador Dali e a principal, Guernica (retratando a guerra civil espanhola) de Picasso. Impressionante! Apesar de que tinham umas obras "modernas" que quando eu tinha uns 5 anos, saía mais bonito e nem minha mãe comprava... Maaaas, tudo bem!

À noite, obviamente, feeesta! Andamos, andamos, andamos até que ficou muito tarde e a gente pegou o final da festa... hehehehe Infelizmente, não aproveitei muito a noite de Madrid. Beleza, ainda volto lá e já sei que vale a pena pagar um taxi! O prêmio de consolação foi a vista da cidade à noite... Uma casquinha aí para estigar a mamãe e o papai a virem! Se liga aí mamãe:

 

Todo mundo MORTO de cansado depois de um dia de viagem, e andando tranquilamente mais de 14 horas (eu mal sabia o que me esparava), advinhem onde nós dormimos! No aeroporto mesmo! hehehehe! Não rolava pagar albergue por causa de 3, 4 horas de sono... Então sabe os guichês onde se faz check-in, onde tem uma esteira que pesa as malas?! Pois é, alí virou cama individual...

Acordamos com um aviso pedindo que, por gentilenza, não dormissem alí... heheheheh

Beleza, não sou daqui mesmo, não vim para ficar, e ninguém me conhece... então, foda-se! Essa frase traz taaaaaanta felicidade para um intercambista, ai, ai!

Chegamos em Granada! Cidade muito charmosa! Os prédios com uma arquitetura diferente por causa da influência àrabe. Realmente, muito charmosinha!

Fomos enrolados por umas ciganas na rua que vieram com um papo de sorte no amor, com uma folhinha, uma leiturazinha na mão, e tcharam: 5 eurito...  ¬¬ e tinha que pagar com alegria pela sorte... Queeee porra de sorte no amor o quê! Eu lá quero essa porra!

P.s. Cupido, fique bem longe de mim, por favor.

Mas rodei, tive que dar umas moedas que estavam no meu bolso!

Fomos ao palácio Mouro. Meu amigo, todos que forem ao sul da Espanha, têm que ir alí. Professores de História, nem se fala! O lugar onde ficavam os prìncipes árabes na época da dominação Moura... Só uma expressão que resume tudo: Puta que pariu!

Festinha à noite, de leve, legalzinha... Prefiro mil vezes as de Santiago. Para falar a verdade, eu amo a noite de Santiago, mas isso é tema para outro dia...


Ahhh, o sol do sul da Espanha... Fiquei com a marca no braço, no rosto... uma beleza!


Catedral.

P.s. As fotos do palácio estão na máquina de outra pessoa, depois eu ponho no orkut.

Outro ponto alto de granada é o bairro cigano! Um sol lindo, uma vista da cidade linda. Um dos raríssimos momentos que ficamos parados, sentados, em um bar... Merecia! Uma cervejinha, lembrei do papai!

Ônibus para Córdoba! Uma das cidades mais antigas da Europa, a principal da região na época romana, sede administrativa do império Mouro na Europa, local de onde Colombo recebeu a permissão e a grana dos Reis católicos para mudar a história da humanidade ou seja, história para contar, essa cidade tem!

Outra coisa muito massa é uma Catedral híbrida. Alí convivem, ou conviveram, 3 religiões: Judeos, muçulmanos e católicos, O resultado é uma arquitetura com as 3 influências, um cheiro agradabilíssimo de insenso, peças arqueológicas...

A história é que, com a retomada da região pelos reis católicos, a primeira obra, claro, foi influenciar a religião. Porém, como a maioria era muçulmuna, criou-se um receio de revolta popular, e portanto, foi respeitada a medina, mas reformada e ampliada para absorver aspectos católicos... Eis o resultado: 

 


Porta de entrada da cidade na época romana. Ou seja, em uma ponte muuuito antiga... haja coragem!


Mamãe ia enlouquecer aqui. Palácio dos reis católicos, de onde Colombo recebeu a permissão!




Ônibus para Seviiiilla!

Meu amigo, essa cidade é fantástica!!!! Uma cidade grande, com ar de pequena, com sol, com cada gaaaaata que puuuuuuuuuuuuuuta que pariu!

A Espanha, tal qual é retrada no exterior (para LOUCURA dos galegos) com o flamenco, o tipo físico, o sol,  as praças, enfim, a Espanha que eu conhecia, vi ali. Eu me senti MUITO na Espanha! Deveria ser ponto obrigatório de turistas... Sério.

Festa logo na primeira noite. Foi massa, mas com certeza a gente não foi para o piiico, pico mesmo. Com todo respeito, tinha muito gay. Não é possível que um lugar com tanta mulher linda tenha tanto gay. Não é possível!

Alí foi onde passamos também o maior perrengue. Tínhamos aproveitado um vacilo do albergue para cancelar a reserva e aproveitar para ficar em um mais bem localizado. Pois bem, depois da primeira noite, simplesmente todos os albergues que a gente ia, estavam lotados. Detalhe, a cidade estava intupida de gente na rua por causa dos desfiles da semana santa, um sol, as mochilas, meu amiiiiigo... Ali, sim, foi adrenalina. Mas no fim deu tudo certo! hehehehe







Uma coisa que me impressionou muito foi o modo como as pessoas estavam vestidas. Rapaz, absolutamente todos os locais estavam muito bem vestidos. Terno e gravata, vestido longo... Sem sacanagem. Uma cultura de semana santa impressionante. As ruas intupidas! Muuuito massa! Pena que eu tenha esquecido de carregar a foto para o blog. É que demora muito e agora deu uma preguiça da porra depois de tantas fotos... Mas vai estar no orkut.

E agoooora, Marroooooocos!!!

Fomos até Algeciras na Espanha, pegamos um navio e fomos bater no Marrocos, cumpadi!

Uma reunião tensa com as menias. Regras claras: Nada de embassar em banheiro, albergue, caminhada, ou ficariam. Manda quem pode, obedece quem tem medo de ser sequestrada! hahahaha

Trocar euros por dirans, e em questão de minutos tínhamos tanto dinheiro! =D

Chegamos, batemos umas fotinhas, fomos dar uma volta pela praia e na volta, o poder da globalização: Jantar no McDonalds assistindo UEFA! hahahaha

 

Agora falando sério, vou dizer de uma forma bem direta: só sabe o que é um choque cultural quem recebe.

De nada adiantou um ano como VP da AIESEC, todo dia falando de intercambio, de choque cultural, de sensibilidade cultural... meu amigo, sabe o que é você dar de cara com um país completamente diferente de tudo?! Que fala uma lingua que tu conhece, nem faz idéia, e tem que se virar para achar albergue, pegar taxi, comer...

É com uma certa vergonha que eu reconheço. Reconheço que passado a empolgação da chegada, comecei a me irritar com as ruas estreitas com cavalo, moto, bicicleta, carro, gente andando nos dois sentidos... Com a falta de sinais de transitos nas avenidas, em ter que, literalmente, atravessar as ruas correndo, a ter pessoas o tempo inteiro pedindo dinheiro, tentando te ajudar "ajudar" para depois pedir dinheiro, com o teclado em árabe ou configurado em francês... Em saber que vou pagar 60% a mais no taxi por não saber os lugares, a lingua e parecer e ser extrangeiro.

A me irritar com pessoas do próprio grupo com maior facilidade por querer/não querer comer, andar mais/menos, ir a esse ou aquele lugar... Enfim, testar tudo que eu dizia na AIESEC... E a teoria é muito diferente da prática. Até que finalmente, as hooooras de trabalho nessa organização me serviram, e eu fui me acalmando e recebendo melhor as inúmeras situações de teste...





E fomos para o deserto!!!

Um dia inteiro de viagem em uma van para chegar, andar mais uns 40 minutos de camelos, jantar, frescar, "dormir" e ir embora para mais 1 dia de viagem. Mas valeu a pena demaaaaaais! Histórias para contar, para rir depois para censurar aqui...




Dá uma sacada na inglesinha do meu lado... Ai!




E talvez o nascer do sol mais bonito que eu já vi...


E então fui começando a receber melhor tudo aquilo, e a aproveitar infinitamente mais a viagem!


Lugar de onde foi gravado parte do filme O Gladiador.


Parece brincadeira, mas acontece...Essa foto, com essa camisa é muito simbólica. AIESECO, 17 intercambios não foram para jogar no lixo!!!!

E guardo para o final as fotos mais bonitas, mais simbólicas, pelo menos para mim... E tudo que eu passei valeu para gostar e curtir mais que o "normal" o que é um choque cultural!







Abra sua cabeça, faça sua mala!