segunda-feira, 31 de maio de 2010

E agora, José?

Fala, galera!

Puta que pariu. Eu não lembro de ter estudado tanto em uma semana...

Determinar padrões de comércio, benefícios, custos, tipo de cambio, política monetária, fiscal, cobertura natural, artificial, perfil de risco, contrato, futuros, opções... Duas provas e um trabalho para hoje. Amanhã é mais uma prova (essa ta mais tranquila, por isso to aqui) e quinta uma outra que preciso terminar...

Mas pelo menos fui bem. Agora, só eu sei a que preço...

Todos os Erasmus estão no clima do meu último post: Porra, tá acabando. Tá acabando e vamos aproveitar todo dia. Isso para eles é mais fácil, não estudam mesmo... Agora para mim, foi foda. Todo dia é mensagem no facebook chamando para sair, para beber, para fazer botellón, para isso, para aquilo... E o “geek” não podia nenhum.

Parei para pensar: Já não tenho mais a festa de quarta. Essa não posso (ooohhh, novidade!) a outra já estou em Paris para não voltar para festa. Só tenho mais um botellón. Mais uma sexta. Mais um final de semana. Jogo do Brasil? Já estou viajando. Jogo da Itália, França, Inglaterra, México, EUA, Alemanha? Já estou viajando. Festa junina bombante com todos os brasileiros? Já estou viajando.

Quem lê isso pode pensar “Vai te fuder! Tu vai estar viajando pela Europa...”. Eu com certeza diria isso se fosse apenas leitor. Mas sei lá...

Tô com uma sensação mais forte de que falta mais um pouquinho, tem mais uma saidinha que eu posso fazer, mais uma volta só, embreagado apoiando pela parede, um “Puta que pariu! Já são xx da tarde!!!” Eu sinceramente, gostaria de estar com a sensação de satisfeito. Mas não. Falta alguma coisinha ainda...

Paris, Oslo, não há dúvidas que são de “puta madre” mas sempre vão estar ali... Isso aqui não. A cada seis meses acaba. E não volta.

Destinos muito caros para se estar, passagens muito baratas compradas, 10% de reserva paga... E eu estou quase certo que não vou mais. Perco as passagens e fico uma semaninha a mais... Uma semaninha... Mais uma coisinha. Saio direto de Santiago à Bruxelas e faço meu mochilão um pouquinho mais satisfeito.

Em Amsterdan eu faço o terceiro item da lista e dou uma passada por essa rua vermelha! Hehehe

Um conselho a quem de vez em quando lê o blog e tem (ou tinha) uma vontadezinha de “chutar o balde” no planejamento e fazer um intercambio “fora do planejado”: FAÇA! E digo mais... O game é aprender galego e não inglês. No resto, vou me conter para não me complicar a vida depois, quando eu voltar ao meu planejamento.

Ir à Paris ou não?! Oh, dúvida cruel...

hehehehe

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Há males que vem para o bem

Fala, galerinha...


Depois de um post meio atípico, volto ao objetivo do blog: falar do que eu sinto e, quem sabe,sentir de novo, tempos depois, o que eu sinto agora.

Deveria começar respondendo ao comentário do papai. Mas não. Tenho medo que corte o meu clima e eu deixe passar alguma coisa.

Começar por um overview das últimas semanas.

Voltei à Portugal, mais exatamente à Coimbra! Fui à maior festa universitária dos nossos irmãos: Queima das fitas!*

*Os universitários utilizam no traje uma fitinha que indica o curso deles. Nessa festa, no último ato, eles queimam essa fitinha em um ato simbólico.

Rapaz, uma FESTA de formatura! Primeiro dia, show do Shaggy (que a gente burro, tapado, perdeu por chegar atrasado. Detalhe é que já estávamos em Coimbra!!! Burrice mesmo...), musica eletrônica... Sinceramente, peço desculpas aos lusitanos pela imagem que eu tinha das suas chicas. Todos esqueçam a imagem bigodudinha das portuguesas! ESQUEÇAM! São absolutamente GATAS! Juuuro! A maior concentração de mulher bonita por metro quadrado. Para todos os lugares que tu olhasse, uma gata. Sem sacanagem!

Segundo dia, mesma beleza. Agora, show da Daniele Mércuri (sei lá como se escreve). Nunca gostei tanto dela... Mas também, saudade das musicas, da língua, MORTO de embreagado! Antes de ir, como em Fortaleza, aquele esquenta no carro, com o som ligado, tocando muido, bebida no capô, pose de playboy... É isso mesmo!

Último dia. Domingo. Todas as turmas projetam um carro que lembra os carros alegóricos do carnaval do rio, salvo as devidas proporções. Carros decorados, com frases, em que iam todos os formandos, todos chapaaaaados, DISTRIBUINDO bebida de graça! Cerveja, vodka, tudo... Todos os carros. Como alguém falou: “eles são malandros. Fazem a cidade gostar deles e depois podem fazer o que quiserem nas ruas!”. Fato. Era a galera fazendo mo PUTARIA em cima dos carros, e na calçada, sentados com banquinhos, um monte de velhinho, senhora, coroa, ex-professores... Rindo, achando tudo lindo! Ai, ai...

Gostei ainda mais de Coimbra. Apesar do meu albergue ter sido um Peugeot 307 preto.

Mas burro, não peguei de noooovo o broche! Deixa para lá...

Quarta passada aproveitei o feriadão galego e me mandei para Alicante. O plano era Alicante e Ibiza, mas era absurdamente caro ir de barco para Ibiza. Fica para a próxima (que tem que existir!!!)

Suuuuper de boa, só na praia, relaxando, tirando o atraso no sol, conhecendo uma ilhazinha perto, só Love no albergue... Bem relax.

Comentários: Bonita. Uma orla cheia de iates, uma avenida bem enfeitada, com palmeiras... No domingo era fechada e a avenida (e a praia) bombou!!! Cheio de gringo, galera fazendo topless na maior... Até que eu pensei que ia me chocar mais. Mas depois de Marrocos, meu amigo, nada mais me choca!

Agora, a essa sensação.

Porra, tá acabando. Tá acabando. Tá acabando...

Uma sensação que eu não conheci o bastante da Espanha. Que eu não saí o bastante. Que eu poderia ter feito mais... Como? Não sei. Só a sensação.

Tenho o finalzinho dessa semana (com um trabalho sobre os efeitos das exportações de capital sobre os salários para apresentar amanhã). Tenho a próxima semana (toda voltada para estudar e utilizar as tutorias dos professores para os exames da outra semana). Uma semana de provas e “acabou” Santiago para mim.

Dia 8 me mando para Paris e começo meu mega mochilão pela Europa. Planejado: Paris, Oslo, Bruxelas, Amsterdan, Londres, Dublin, Edimburgo, Veneza, Roma, Barcelona, Berlin, Viena, Praga e Budapest. Mais uma noite em Santiago e tchau sonho bom.

Tchau morar só, andar a pé, voltar sozinho de madrugada. Tchau espanhol, inglês, mímica. Tchau aula, faltas, acordar às 9. Tchau dormir tarde e acordar tarde, estudar porque quer, quando quer. Tchau passar o dia agarrado na cama, catedral, zona velha... Tchau.

Foi um dos melhores períodos da minha vida.

Tem um ditado que diz que há males que vem para o bem. Tem a minha estranha mania de pensar que tudo tem um porque premeditado. E eles se juntam assim:

Antes do DD

“Cara, faz tempo que eu não namoro. Ela é exatamente como eu sempre gostei e ainda é da AIESEC. Ou seja, se eu quero namorar, ela é a melhor opção.”

Depois da festa embriagado

“Quer namorar comigo?”

Não que tenha sido exatamente um mal. Não quero ser grosso, nem tampouco fazer média. É apenas uma expressão para o que, como um furacão, me tirou do meu planejamento, do meu foco e objetivo, e me trouxe para cá. Longe do prêmio de auditoria, longe da presidência da AIESEC, mas extremamente feliz.

Parece que a única função foi essa. Durou o tempo absolutamente necessário para decidir, enquanto voltava para casa dirigindo na BR, investir na possibilidade de fazer o intercambio. O resto todo mundo conhece. Sinceramente, eu hoje não sei quanto da decisão foi dos vários motivos descritos em um email gigante para a AIESEC, quanto foi pela única e exclusiva razão dela fazer esse intercambio (e nem era para Santiago!). Não tenho certeza se os motivos foram reais ou desculpa, do antes absolutamente focado e gelado Yuri. Eu nunca ia admitir que era por ela, e, por isso, não sei se realmente não foi.

Mas, sinceramente, não tem a mínima importância agora.

E olhe que eu tive a oportunidade de terminar bem antes, e em 99,999999% de certeza, eu terminaria. Decidi terminar. Levantei para dar um abraço. Não terminei... Por que? Não sei. Mas se tivesse, com certeza teria enviado minha postulação e hoje estaria ou como LCP ou como VP, e não aqui.

(Será que agora eles estão em reunião? Uma reunião que muito provavelmente eu estaria... E agora passa uma cena de filme na minha cabeça. Na mesma tela, duas situações em paralelo. Eu aqui, sentado escrevendo, e eu em Fortaleza, na casa do Lima, discutindo na reunião...)

Há males que vem para o bem e parece que a única função foi essa.

E hoje, o choro copioso depois de um depoimento sobre liderança no segundo DD, mudou de lado. Algo absolutamente fora do meu planejamento, se mostra importantíssimo para me devolver um pouco de paz de espírito, de calma. De férias de tudo.

Algo que atrasaria minha carreira, já não faz tanto sentido. E o “velho” de 20 anos tá mais novo com 21.

E ai? Desisti de ser LCP?! De maneira nenhuma... Quero tanto (ou até mais) que antes. Vivi o objetivo tão nobre da AIESEC que, as vezes, se perde na busca pelas metas: O poder de entendimento entre os povos que um intercambio tem. Além do número, é a vida de uma pessoa em jogo, vida que muda para sempre. E quem sabe o que ela abriu mão para fazê-lo? Eu que o diga.

Penso no meu speech quase todo dia. Mas quero surfar, aprender a tocar violão, estudar até a bunda ficar quadrada e passar o dia agarrado na cama. Antes de um executivo de sucesso (e isso me motiva pela felicidade e satisfação que me traria, não só pelo dinheiro), um pai feliz. Em paz. E quem sabe a loucura de ser LCP talvez me incline à carreira acadêmica, se não me fizer feliz.

Por falar em fora do planejado, o que você acha da filhadaputa da sensação de que eu vou sentir saudade da gringazinha?! Justo quando o intercambio ta acabando...

Passei quase 24 horas na cama. Levantei para almoçar, para terminar o trabalho, mais nada. E o pior, não foi por uma menina, foi por ela. E isso faz diferença.

Para lembrar depois: http://www.youtube.com/watch?v=p62rfWxs6a8

E o meu amor platônico?!

Para mim, ele é platônico. E vai continuar do mesmo jeito como antes, até que deixe de ser real para um ZÉ MANÉ daí. Ou não... Tô começando a deixar de planejar essas coisas. Aceito que sou péssimo para isso.

Do mais, tô bem.

E agora, assistindo pela internet às 3 da manhã, vamo mengoooooo!!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cada macaco no seu galho

Fala, galera.

Esse post será dedicado a algo que, apesar de uma certa ligação mínima, foge um pouco do foco principal do blog.


Fora do Brasil, sem muita notícia do que se passa pela minha terra, tenho acompanhado via emails a campanha política bombando aí. Papai começou a me enviar links, manchetes, comentários, enfim, notícias de como as coisas andam, de forma que eu tenho uma noção.

Antes de começar, preciso deixar uma coisa clara: Papai é petista, eu um dia fui.

Então todo dia recebo notícias de que Lula fez isso, Dilma fez aquilo, Folha isso, Globo aquilo, Luis Nassif, Paulo Henrique Amorin... E eu vou me inteirando do que se passa.

Tem um ditado que diz: “Política não se discute.” Apesar de não concordar muito com ele, não rola discussão via email, então eu ia lendo os emails do meu pai sem emitir opinião, para me inteirar, somente. Até que recebi um em especial.

Antes dele, um desabafo...

Eu sempre detestei jornalista metido à economista. Nada contra jornalistas, (o meu amigo de “infância”, se Deus quiser, será um excelente jornalista!) mas há uma série de aspectos em Economia que uma carreira ligada à área de humanas, como o Jornalismo, não engloba.

Muitos vão dizer: “Ah, mas Economia é uma Ciência Social”. Concordo. Porém, faço uma pequena observação: é uma Ciência Social aplicada”. Não vou nem entrar no mérito de se Economia é uma Ciência isenta de valores por usar métodos estatísticos e matemáticos, mas há muito que Economia vem sendo tratada mais matematicamente, e isso passa longe das grades de Jornalismo, Ciências Políticas, Sociologia, História, Filosofia, enfim...

Mas isso (e agora como estudante de economia vaidoso) é o preço que se paga pela importância da Ciência que eu estudo e os seus reflexos em quase (quase, só?) todos os aspectos da sociedade. Ninguém, sem a mesma carga de estudos de um PhD em Física, contesta o que ele diz sobre Física, mas de PhD em Economia e técnico de futebol, todo mundo tem um pouco, e se sente apto a palpitar na convocação para Copa e na elaboração de um plano de combate à inflação...

Agora vamos ao texto da discórdia. Eis aqui parte dele:

"A instrumentalização errada do Plano Real


No artigo deste domingo, FHC parte de uma avaliação correta: “época de campanha eleitoral é propícia à demagogia”. Contudo, o estilo vaidoso do ex-sociólogo lhe prega aqui uma peça: procurando apontar uma suposta demagogia nos discursos do presidente Lula e do PT, FHC fala de si mesmo ao longo de todo o artigo, exercitando a tal “demagogia” que ele procura incansavelmente no atual governo. Afinal de contas, o que o ex-presidente quer fazer acreditar é que os êxitos alcançados no governo Lula foram herança do período em que ele – FHC – estava à frente da Presidência.

Para isso, o ex-sociólogo lança mão de uma análise superficial sobre o Plano Real: “os mais destacados economistas do PT daquela época, Maria da Conceição Tavares, Paul Singer e Aloizio Mercadante, martelaram a tecla de que se tratava de jogada eleitoreira. Não quiseram ver que se tratava de um esforço sério de reconstrução nacional, que aproveitou uma oportunidade de ouro para inovar práticas de gestão pública e dar outro rumo ao País”. Aqui FHC não esclarece que os economistas do PT dirigiam suas críticas não ao Plano Real em sua essência,mas sim à instrumentalização do plano.

Faz-se necessário esclarecer ao leitor algumas coisas. Primeiramente, o Plano Real não foi uma invenção de FHC: o Real e o Cruzado tiveram uma mesma base teórica, que foi a Proposta Larida,de 1982, feita a partir da tese de pós-doutorado de Pérsio Arida no MIT (Massachussets Institute of Technology), nos Estados Unidos. Contudo, o Cruzado pecou em dois aspectos: o primeiro deles em não criar uma unidade monetária de transição (como feito posteriormente no governo Itamar, com FHC no Ministério da Fazenda); e o segundo, criar um mecanismo de gatilho salarial, que serviu para retroalimentar a inflação no país.

Devemos esclarecer também que o Real foi instrumentalizado utilizando-se a política cambial para conter a inflação: instituiu-se a paridade, fixando-se o câmbio como forma de assegurar o controle de preços. E aqui neste ponto estavam as críticas dos economistas, já que os efeitos dessa medida artificial poderiam ser desastrosos para a economia (como quase foram, de fato). A política de câmbio fixo segurou a inflação? De fato, enquanto o governo conseguiu controlar a paridade cambial, a inflação se manteve sob controle. Mas houve um momento em que o governo não conseguiu mais conter o câmbio.

E o que aconteceu então? Houve a maxidesvalorização do real frente ao dólar, em janeiro de 1999, como previsto por muitos economistas cinco anos antes. Nesse momento, FHC se viu obrigado a adotar o câmbio flutuante e passar a adotar o instrumento correto – e que deveria ter sido usado desde o início do real – a Política Monetária. Como a inflação aqui já estava extremamente elevada, a equipe econômica se viu obrigada a iniciar um ciclo de aperto monetário – foi o período em que o Brasil teve inflação alta, juros altos, arrocho salarial e desemprego.

E o que FHC não diz no seu artigo é que esse ciclo só foi revertido em 2003, no governo Lula. Graças à equipe econômica de Lula – que tinha, na época, como protagonistas o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci e o presidente do Banco Central Henrique Meirelles – o Brasil conseguiu reduzir a inflação, trazendo-a de volta à casa de um dígito. Não foi, portanto, a política econômica de FHC – baseada na artificialidade cambial – que reduziu definitivamente a inflação no Brasil, mas sim a política econômica de Lula, baseada na política monetária.
por Leandro Paterniani, no Boteko Vermelho, "
Repito: Isso é parte do texto. Bem que eu gostaria de comentar sobre Estado mínimo, eficiência, privatização, etc... Mas eu ia ser muito extenso eesse trecho despertou mais minha raiva hehehe. O que eu tenho a dizer sobre ele:

Primeiro, claro que o Plano Real não foi obra do FHC. Ele inclusive assume isso em um documentário sobre a hiperinflação brasileira : http://www.youtube.com/watch?v=A95_Dhsbp4g&feature=related

Cada macaco no seu galho, e o dele é sociologia e política.

FHC, assim como a maioria dos presidentes americanos (que na maioria dos casos, escuta o que os economistas têm a dizer sobre a economia), ingleses, alemães, etc, foi a parte política do plano. Só. Atrás dele havia uma equipe econômica.

Segundo, em vez de diminuir o feito dessa equipe que tratou de controlar um “bicho” que 20 anos depois vira exemplo de livro, dou meus parabéns a ela e a quem a geriu, pois aprendeu com o erro e estabilizou a economia, apesar dos grandes efeitos colaterais. Até aí, nada demais...

Mas o quarto e o quinto parágrafo, não deu para segurar!

Deixando de lado um pouco as teorias monetárias e cabiais, como todo jornalista sabe, houve, em 97, uma crise na Ásia e, em 98, uma crise na Rússia (muito com relação aos efeitos que a “pirotecnia” econômica de esquerda defendida até hoje pelos economistas/sociólogos do PT passavam o tempo todo martelando...) que abalou o mundo e, principalmente, os países emergentes, no caso, Brasil.

Eu sei que cambio fixo está passível de especulação. Eu sei e, com certeza, PhDs de Harvard e Princenton também sabiam e por isso o câmbio fixo era transitório. Agora, com a Rússia quebrando, quem seria o próximo alvo de ataques especulativos? O Brasil!

Então a equipe usou o que os meus manuais de economia (escritos provavelmente pelos seus professores por ali) contam: Contra uma especulação estrutural, não há que defender o cambio por muito tempo, o melhor é flexibilizá-lo, deixando que a taxa suba e não seque as reservas do Banco Central (No nosso caso, em grande parte fruto das privatizações e dívida pública). Assim foi feito, e assim o Brasil não quebrou como a Inglaterra em 1993 no famosíssimo caso de George Soros X Londres...

Depois, a política de estabilização não só utilizava o câmbio, como também os juros e a redução dos gastos públicos. É daqui que vem as “surras” em investimento, gastos sociais, etc, que o governo FHC leva do governo Lula.

Resumindo, uma hiperinflação para controlar e 2 crises mundiais. É como diria meu amigo argentino, querer comparar, nesse sentido, Pelé com Maradona, não dá.

Agora a maior graça de todas é um texto feito por um socialista para defender o governo Lula dizer que a Política Monetária é a que era a correta...

Fala sério. Primeiro de tudo é que política monetária para efeito de estabilização econômica é tese de Milton Friedmann. Milton Friedmann é um dos maiores nomes da economia mundial e principal representante da Escola de Chicago que, tradicionalmente, é... tcharamramram... a mais NEOLIBERAL das universidades americanas!!! Ou seja, nunca que os economistas do PT iam defender isso... Até hoje!!! Ou alguém já ouviu algum deles falar sobre isso??? Professora Conceição da Unicamp e UFRJ, Aloísio Mercadante, Guido Mantega, todos representantes da escola heterodoxa que foge como o diabo da cruz de Milton Friedmann (e de Mario Henrique Simonssen, também citado pelo texto...).

Segundo que, na linha seguinte, o autor diz que foi usada política monetária... e pior, agora criticando os efeitos (em parte dito acima) que são amplamente conhecidos na academia e amplamente defendidos como um remédio amargo que se deve tomar, como fez a Alemanha, por exemplo, respeitado os contextos de cada um.

Repito: Nada disso foi criado por FHC.

Finaliza, finalmente da forma correta, exaltando a equipe econômica do presidente Lula. E eu digo: Parabéns presidente Lula, o senhor soube escolher as pessoas certas e pôs nas cadeiras mais importantes, personagens que compartilham das idéias modernas e sensatas da Economia, e não os economistas do PT.

E aqui cabe como uma luva o ditado: “Quando a Economia vai bem, tudo vai bem...”

Em tradução livre, Brasil decola.

Em tempo 1: Alguém aqui sabia que Henrique Meirelles foi presidente mundial do “mega banco representante do imperialismo norte-americano” Citibank?! Assim como “a raposa tomando conta do galinheiro”, como era chamado Armínio Fraga por ter trabalhado para George Soros...

Em tempo 2: Alguém aqui sabe o que a escola que, de origem (será que só de origem?), pertenceu Guido Mantega fala sobre as idéias que ele está pondo em prática?

Não vou dizer que é uma piada, nem vou insinuar má fé (como é moda de esquerda); desconhecimento de causa, apenas.

O Brasil, em um bom ano das principais escolas de Economia do país (FGV-Rj e PUC-Rj), manda 5 alunos para as escolas top americanas (Harvard, MIT, Princenton, Chicago...). Não suficiente a dificuldade de estudar lá (que ninguém contesta quando se fala de Medicina, Direto, Física, Biologia...) os caras se destacam, e até hoje são citados. Inclusive aqui na Espanha. São gênios! Aí me vem esses jornalistas Zé Ruela falar besteira.

Emite nota criticando FMI, e não tem a menor noção de qual a função dele (mas como eu sou burro! É óbio: Favorecer os interesses imperialistas norte americanos! Olha só onde é a sede!!!).

Em tempo 3: Enquanto falam besteira, Armínio Fraga é dono de um fundo de investimento que tem fila de estrangeiros para ser cliente e é o gestor (ou era até ano passado) do fundo soberano da China (maior detentor de dívida pública americana no mundo).

Eu: “O atual presidente do BC talvez saia como candidato a Governador...”

Professor: “Não sabia que o Armínio era envolvido com política”

Eu: “Não, não é. O presidente é Henrique Meirelles.”

Professor: (cara de “COMO assim não é ele???”)

...