domingo, 10 de outubro de 2010

Encerrando ciclos(?)!

É, faz muitíssimo tempo que eu não escrevo aqui. Resolvi escrever mais uma vez...

Tema? Durante todo esse tempo, tivemos alguns bons candidatos. Dois, em especial, fortíssimos: Como foi meu mês com a Eleanor aqui? E aí, quê que vai acontecer? E, claro, AIESEC. Pensei, pensei, e optei pela AIESEC: Como foi a minha volta?

Muito bem, eu disse que poucas pessoas tinham a sorte de ter uma segunda chance e que eu tinha, e que ia aproveitar firme a minha. Eu APROVEITEI!

Penúltimo final de semana da minha gringazinha aqui, viagem de boa para Jericoacoara, só os dois. Momento perfeito para relaxar, curtir o passeio e ela, certo? Bom, sim e não. É óbvio que eu curti minha inglesinha, mas relaxar, amigo, de jeito nenhum! Eu tinha 20 perguntas para responder na postulação para LCP e o deadline era justamente domingo, meia noite. Resumo: Levei meu notebook para o hotel e aproveitava cada instante dela tomando banho ou dormindo para pensar, pensar, escrever. 

Último final de semana dela aqui. 100% da minha dedicação para ela, certo? Não. Sábado e Domingo, a maior conferência da AIESEC no ano, debate entre os candidatos e, óbviamente, meu momento de networking (afinal, passei 6 meses fora. Quem é esse nanico que chega aqui de pára-quedas e quer ser meu presidente?!). Também não sou tão filho da puta assim, e só fiquei o sábado lá. Com MUITA vontade de ficar o Domingo também, era muito importante, mas aí seria muita sacanagem com a Ele. 

Então ela voltou para casa. E eu, agora, tinha 4 dias para pensar, escrever, montar apresentação e fazer o speech mais foda que eu já tinha feito. Era o meu momento. Era o momento que eu quis tanto, por tanto tempo. Era a hora de falar para valer tudo (ou quase tudo nos 20 min) que eu tanto pensei quando desconcentrava do estudo, quando cozinhava, quando andava na rua, quando tomava banho... Era a hora de realizar a imagem na minha cabeça... Definitivamente, era o meu momento. 

Tenho que adimitir que, apesar de no início  pensar que eu ia passar como um trator, nunca tinha me sentido tão desafiado na minha vida. É claro que eu sabia que convencer metade de um comitê que não te conhece a votar em ti, para presidente, não seria fácil. Mas sei lá, tinha chegado a hora. As pessoas realmente não me conheciam. Tudo era "na vera" agora. E a outra candidata, com aquela falta de sal, foi muitíssimo melhor do que eu, um dia, poderia imaginar. Estava FODA. Sinceramente, foi uma das semanas mais angustiantes da minha vida, comparavel, apenas, com as semanas de véspera da prova e do resultado do vestibular. 

Sabia que meu speech era bom, mas usei cada momento do meu tempo para melhorar. Busquei feedbacks de tudo quanto gente, mandei emails, fiz força para ter um chat on line, enfim, fiz o inferno. Graças a Deus, sei que cheguei bem perto do máximo que eu pude dar.

Sexta à noite, me mando para ensaiar meu speech, pegar MAIS feedbacks, e ter a certeza que eu teria que decorar mais de cinco folhas escritas, 21 minutos falando sem parar um segundo... Rapaz, não dormi direito. Acordei cedo, e, com uma rapidez que me surpreendeu, decorei tudo. Tremia de nervoso, eu. Desci para beber água e a minha mãe me pergunta: "que é que tu tem, menino?" "Frio." "Mentira. Tá é nervoso por essa AIESEC." Sempre que estou nervoso, ou pensando, ando pela casa. Dou círculos intermináveis na mesinha da sala. Se aparecer um buraco alí, com certeza esse dia colaborou e muito para isso. Afinei tudo. Peguei o Ipod e deixei selecionada a minha música de força, peguei meus troféus, botei a roupa que já estava separada desde o dia anterior e fui. 

Lenga lenga de chegada, um babaca com um "boa sorte" que hoje eu mandaria ele enfiar, um pouco de pilha na outra postulante (que deu certo, coitada), Assembléia, sorteio da ordem dos speechs e estava definido: Lacerda começa. Fui para um canto escondido da escada, rezei, pedi que acontece o melhor para a minha felicidade, peguei o ipod e surtei, cara. Essa música me dá muita força. Muita. Um amigo depois veio me dizer que tinha ficado emocionado com a minha concentração. Eu estava pilhado. Adrenalina no pico, pressão, porra, eu amo isso. Meu olhar estava tão forte, que eu acho que ele podia falar sozinho. Começava o meu momento. O meu momento. 

Tenho certeza que fiz o meu melhor speech. Quando eu vi o slide OBRIGADO!, respirei, escutei um barulho de palmas sinistro, vi pessoas emocionadas, e pronto, acabou, deu tudo certo. Mais 30 min de perguntas que eu estava muito bem preparado, respondi todas, não sei se tão bem quanto poderia, mas fiquei (e estou) satisfeito com o resultado. 

Desci muito confiante. Tinha pedido a Deus que, se fosse para minha felicidade, que corresse tudo bem, e correu. Era o sinal? Esperei o speech dela. Podia ouvir de onde estava e, sinceramente, como era de se esperar, achei sem sal. Usei o termômetro das palmas, fracas. Aumentei minha confiança. Agora era sair para comer, ser embreagado (a melhor coisa que pode acontecer aos postulantes enquanto esperam e depois do resultado) e esperar o resultado (e o balde de água na cabeça). 

Pois bem, fiquei louco. Quase não tinha comido o dia inteiro, super nervoso, e vodka Slova: combinação fatal. Discutiram na assembléia, votaram, contaram os votos, todos para a rua que seria eleito o novo LCP. 

Enquanto me arrumava para ir, encostado em um poste, ouvi alguém me perguntar: "Sabe quem deu um piti tendecioso na assembléia?!". "O fulano" eu. "Não". "A fulana" eu. "Foi." Minha "amiga", foda, né? Tudo bem. Vou andando e escuto "O time de finanças ta contigo". Eu e ela, ouvindo o chair do processo dar uma de Pedro Bial até que vem aquele momento escroto: E o novo LCP da AIESEC em Fortaleza é... (Na minha cabeça era Yuri Lacerda, Yuri Lacerda, Yuri Lacerda... Mas senti que era da boca pra fora. No fundo, eu escutava uma vozinha Larissa Holanda). Era Larissa Holanda. O balde de água veio, mas de uma forma literal... Um puta de um balde de água fria na minha cabeça. Lembro que só baixei a cabeça, escutei uns berros, e alguém me puxou contra o corpo. Passei uns 3 segundos como que esperando a ficha cair, até que ela caiu. Chorei como uma criança. Como quando, com 12 anos, fui tirado do basquete pelos meus pais. Um choro que vinha de dentro. Ruim. Enfim...

Acordei increvelmente cedo, estava incrivelmente tranquilo. Não pedi para ganhar, pedi para ser feliz... E que assim seja. Não me vejo sendo liderado por ela, não tenho mais espaço ali. Mandei um email de despedida do fundo do coração, e senti que havia encerrado esse ciclo. Recebi muitos emails bacanas, muitas mensagens, pessoas vindo conversar comigo e soube que a diferença foi muito, muito pequena. Não ganhei, mas até hoje (ontem, no caso) escuto: "Eu queria que você fosse o LCP". "Mais da metade do CL queria você como LCP, a eleição não foi nada." Também não é assim. Claro que falhei. Perdi, ponto. 

Então comecei a ver uma porrada de vídeos de vencedores, todos com as muitas falhas. No final do meu livro favorito (que acabei de ler semana passada) que trata da aleatoriedade na nossa vida veio: 

"O que aprendi, acima de tudo, é a seguir em frente, pois a grande idéia é a de que, como o acaso efetivamente participa do nosso destino, um dos importantes fatores que leva ao sucesso está sob o nosso controle: o número de vezes que tentamos rebater a bola, o número de vezes que nos arriscamos, o número de oportunidades que aproveitamos. Pois até mesmo uma moeda viciada que tenda ao fracasso às vezes cairá do lado do sucesso. Nas palavras de Thomas Watson, o pioneiro da IBM: "Se você quiser ser bem-sucedido, duplique sua taxa de fracassos". 

Se todos perdem, a diferença dos vencedores é como encaram a derrota. Eu sou um vencedor. Sempre fui e vou continuar sendo.

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